Seguidores

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu? (Jo 18.11.)

Isto era uma coisa mais difícil de se dizer ou fazer do que acalmar
as ondas do mar ou ressuscitar mortos. Os profetas e apóstolos puderam
operar milagres extraordinários, mas nem sempre podiam fazer a vontade
de Deus e sujeitar-se a ela.
Fazer a vontade de Deus e sujeitar-se a ela ainda é a mais
elevada forma de fé, a mais sublime conquista cristã. Ver destruídas para
sempre, as brilhantes aspirações de uma vida jovem; suportar um fardo
diário sempre contrário ao temperamento, sem probabilidade de alívio;
ser oprimido pela pobreza, quando se deseja apenas o bastante para o
bem-estar e conforto dos entes queridos; ser agrilhoado por uma
incapacidade física incurável; sofrer a perda de todos os entes queridos,
até ficar só para enfrentar os choques da vida; e, numa tal escola de
disciplina, ser capaz de dizer: "Não beberei, porventura, o cálice que o
Pai me deu?" — isto é fé e estatura espiritual, em seu mais elevado
ponto.  E só há verdadeiro sentimento de compaixão para
com alguém que sofre, em um coração que também foi ferido.
Não podemos fazer bem aos outros sem que isto nos custe
alguma coisa, e nossas aflições são o preço que pagamos pela
capacidade de termos compaixão.As circunstâncias atuais que nos oprimem (se estivermos entregues
a Cristo) são o instrumento mais adequado na mão do Pai para
cinzelar-nos, preparando-nos para a eternidade. Confiemos nEle, pois.
Não empurremos o instrumento, senão nos privaremos de sua obra.
Pela escola do sofrimento graduam-se poucos doutores.