Não é
preciso dizer que, agir segundo convicções, é sacrifício
custoso.
Poderá significar renúncias e separações, que poderão nos
deixar com
um estranho sentimento de privação e solidão. Mas aquele
que deseja
voar como a águia, para as maiores alturas, acima das
nuvens, e
viver ao sol de Deus, precisa contentar-se em viver uma vida
de certa
forma solitária.
Nenhum
pássaro é tão solitário como a águia. A águia não vive em
bandos.
Quando muito se vêem duas de uma vez. Mas a vida vivida para
Deus,
embora desprovida de companhias humanas, conhece a
comunhão com Deus.
Deus
procura homens semelhantes à águia. Ninguém chega a
uma
percepção das melhores coisas de Deus, sem que aprenda a andar
a sós com
Ele. Encontramos Abraão sozinho nas alturas de Horebe, mas
Ló,
habitando em Sodoma. Moisés, instruído em toda a ciência do Egito,
precisa
ficar quarenta anos no deserto a sós com Deus. Deus sabe mudar as
circunstâncias
a fim de nos dar uma experiência a sós. Um dia nós nos
pomos nas
mãos de Deus, submissos; e eis que Ele nos conduz através
de alguma
coisa. Porém, quando isso passa, embora continuemos a amar
do mesmo
modo os que nos cercam, não dependemos mais deles.
Percebemos
que Ele fez alguma coisa em nós e que as asas da nossa
alma aprenderam
a sobrevoar alturas maiores.
Precisamos
atrever-nos a ficar sós. Jacó precisou ser deixado só,
para que o
Anjo de Deus segredasse ao seu ouvido o místico nome de
Silo;
Daniel precisou ser deixado a sós, para que tivesse visões celestiais;
João precisou
ser exilado em Patmos, para que pudesse receber e reter
firmemente
"as impressões do céu".
Ele atravessou o vale da dor sozinho. Estamos preparados para
um "glorioso isolamento", a fim de sermos leais a Ele?